Documentário "O Povo Brasileiro" de Darcy Ribeiro (Completo)
830 segments
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ninguém sabe como o mundo vai ser daqui
a 50
anos sen sabemos uma coisa será
totalmente diferente do que é
ho alguém podia imaginar quando acabou a
guerra que o mundo ia mudar tanto é uma
reinvenção do mundo que o
desenvolvimento tá fazendo então a coisa
mais importante pros brasileiros presta
atenção o mais importante é inventar o
Brasil que nós queremos surgimos da
confluência do entrechoque do
caldeamento do invasor português com
índio silvic e com negros africanos
somos uma cultura sincrética um povo
novo que apesar de fruto da fusão de
matrizes diferenciadas se comporta como
uma só gente sem se apegar a nenhum
passado estamos abertos é para o futuro
sabes que
vou
partir com os olhos ratos
d'água e o coração ferido
Quando
lembrar
de o Brasil existi como é que era o
mundo o Brasil nasce sobre o signo da
Utopia a terra sem males a Morada de
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Deus há 1000 anos atrás de lá para o ano
1000 tem que falam de uma ilha Brasil
Isso significa que o nome Brasil não vem
do Pau Brasil não isso aqui era ilha
Brasil que alguns Navegantes
sabiam mas um dia os portugueses
precisaram fazer uma descoberta oficial
mandando até um escrivão do cartório
Declarar no cartório que foi descoberto
Isso foi em 1500 mas ele pre existia Há
muitos fisicamente
bioter
biologicamente e
humanamente com humanidade
indígena humanidade
diferente de uma gente que agradeceu a
Deus ser tão
bonito que existia para viver a vida
para gozar vida a finalidade da vida ele
viver
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os brasis Como eram chamados os nossos
antepassados indígenas costumam ser
classificados de acordo com a
língua em 1500 poderiam totalizar entre
1 e 8 milhões de pessoas distribuindo-se
da Foz doap ao sistema fluvial Paraná
Paraguai Uruguai
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num certo momento depois dos primeiros
povoadores que eram de de várias
procedências de várias línguas vem os T
PIS Guaranis eles devem ter vindo do
Oeste ou Noroeste da Amazônia desceram
até a depressão do Pantanal e um dia
atravessaram o planalto brasileiro
chegando aos litorais e a partir do
litoral um braço foi pro norte outro
braço foi pro Sul
os supos eram muito mais aguerridos
muito mais diversificados na sua cultura
eles expulsaram os homens do squi o
escravizaram ninguém sabe e curiosamente
nessa diáspora fantástica da Marcha dos
Tupis Eles foram até a
Amazônia e foi exatamente esse quadro
deixado pelos Tupis é que os portugueses
um dia vieram encontrar
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assim Esses povos existiram por
séculos chegar a conhecer a natureza em
detalhe recebe o nome de cada bichinho
de cada planta
e sab para que servia ou não
servia viveram aqui menos 10.000 anos
como um gano PR a natureza tiraram da
natureza
dezenas de plantas selvagens e
domesticaram ajeitaram para poder
plantar na roça tudo junto
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não era obviamente uma nação mas tão só
uma miríade de povos tribais viviam em
aldeias cada uma comunidade social
distinta
autossuficiente um índio na força da sua
cultura ele se basta a si mesmo ele é
autossuficiente ele sabe fazer tudo o
que ele vai precisar ao longo de sua
vida sabe fazer a sua casa sabe fazer a
sua roça plantar e colher sabe fazer os
seus instrumentos de trabalho seu arco
sua flecha sua Canoa sabe fazer esteira
sabe fazer eh rede e sabe identificar as
espécies do seu ambiente que servem como
alimento ou como
medicamento os Tupinambás povo que
entrou em contato mais direto com os
europeus eram brasis que se dedicavam
antes de mais nada
e
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a a função social da guerra entre os
Tupis era uma função em face do seu
caminhamento ao longo de grandes espaços
e em toda a parte os Tupis Guaranis
deixaram nomes para os acidentes para As
Faces das escarpas para os rios para as
regiões então o colonizador encontrou um
país que já tinha referências deixadas
pelos povos
Tupis acreditando na vida após a morte
divisava um paraíso o guajupiá um jardim
de sapucaias todo feito de cantos e
danças pro índio não existe muita
diferença entre a realidade acordada e a
realidade do sonho o parto ao mundo dos
espíritos aos pássaros tudo tudo tá
entrelaçado n é quer dizer eh tem um
espírito em cada coisa um espírito na
hora da colheita um espírito na hora do
plantil um espírito que mora no fundo
das águas e rouba a alma das pessoas um
outro espírito que perturba o espírito
do Tatu o espírito disso do macaco
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a aldeia Tupinambá era composta por
quatro a oito malocas medindo às vezes
mais de 100 met de comprimento em apenas
uma Maloca podiam morar até 600 pessoas
parece a casa um labirinto uns cantam
outros choram outros fazem farinhas e
bebidas porém é tanta conformidade entre
eles que em todo ano não há uma só
peleja e com não terem nada fechado não
há Furtos se for outra qualquer nação
não poderiam viver da maneira que vivem
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a aprendizagem da convivência e da
Sobrevivência era feita a partir do
modelo dos mais velhos e no fazer e no
refazer a autoridade exercida pelos
morubichabas sustentava-se nas atuações
carismáticas E no comércio de pequenas
dádivas e
favores a seual era grande é certo que o
adultério feminino podia acabar em
espancamento mas o fim do casamento por
iniciativa do homem ou da mulher era
simples e
sumário a homossexualidade era comum sem
a preocupação de se fazer dela um
segredo a divisão de t entre homens e
mulheres era nítida e marcada desde a
primeira infância O menino tem que ser
formado para ser um índio um caçador um
guerreiro a menina para outras tarefas
então isso começa
simbolicamente se o filho é homem o
orgulho do pai é colocar na beira da
rede do filho um arco em flecha em
miniatura para mostrar que ele vai ser
um guerreiro um caador pra menina fo uma
tanguinha pequenininha bonitinha é para
induzir a menina né uma tecelã uma
Mulher
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trabalhadora as mulheres cuidavam da
Roça do preparo da comida e do cauim o
vinho que animava as festas do pi
eram da alçada masculina a fabricação de
arcos Flechas bordunas e canolas
entre os indígenas nunca houve uma
delimitação clara entre trabalho e
Arte essa coisa eu encontrei entre os
índios os índios também cada coisa que
eles fazem eles querem que ela seja
perfeita porque cada coisa os
retrata é vontade e
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beleza há poucas coisas mais resistentes
que uma etnia do que a identidade um há
muito pouca coisa mais que aço mais que
qualquer bobagem material é duro muitoo
n é
dura se o pai pode criar os filhos seu
filho se cria na tradução dos Pais na
língua dos Pais ele permanece sendo ele
ele ele ele ele por qu 4000 anos que
ciganos é ciganos ou que judeu é judeu
por quê por uma identificação
íntima secreta lá dentro ele sente que é
judeu e esta convicção que faz dele O
Judeu é a mesma convicção que faz dos
índios índios
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a poesia a música a dança e o vinho
permeavam toda a vida social dos
Tupinambá mas a mais honrada atividade
dos Tupinambá era
guerra entre eles a convivência era
pacífica e amigável com seus inimigos
eram
implacáveis hav uma
o inimigo Caí em poder de alguém aquele
que o aprisiona comão no ombro dizend
faço meu
escravo fugir nem
Pens Prisioneiro
tupinambar para devorado fisicamente não
moralmente pelo estigma da
covardia suas técnicas bélicas
surpreendem até hoje
a habilidade do guerreiro permitia
flechar o olho de um pássaro em pleno
voo havia uma estética na
guerra gastavam às vezes todo um dia
exibindo seus inimigos e os insultando
para mais tarde caír num corpo a corpo
feroz
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[Aplausos]
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[Aplausos]
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no mar se fazia guerra também as
flotilhas Tupi eram compostas de 100 ou
120 Canoas em poucos dias era possível
irem de Bertioga a Bahia de
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Guanabara os prisioneiros que os Tupi
faziam em suas guerras eram sacrificados
e comidos era o momento máximo da vida
da Aldeia a sua grande festa
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o Prisioneiro é levado à aldeia de seu
amo as mulheres e crianças é que
primeiro gritam saltam dançam e batem
cobrem seu corpo com cinzas raspam suas
sobrancelhas prendem e dão-lhe uma índia
para o seu serviço inclusive o
sexual tudo pronto é marcado o dia da
festa os índios levam consigo o
Prisioneiro de sorte que bebam e Se
divirtam juntos
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no dia seguinte antes do Amanhecer já
estão todos de pé cantando e dançando em
volta da ibirapema oap
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Executor o Prisioneiro está com aurana
uma grossa corda amarrada em volta de
todo o
corpo a seguir tomap aquele que vai
Executar a vítima e diz quero matarte
pois tua gente també ou e comeu muitos
dos meus
amigos responde-lhe o Prisioneiro quando
estiver morto terei ainda muitos amigos
que saberão
vingar-me depois golpeia o Prisioneiro
na nuca de modo que lhe saltam os miolos
e imediatamente levam as mulheres o
morto para o fogo raspam lhe a pele e
tapam lhe o anos com um
pau a esposa provisória do prisioneiro
chora um choro Ritual o corpo é cortado
em pedaços e assado
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as vísceras são dadas à mulheres que as
fervem e com o caldo fazem uma Papa que
chamam
mingal quando toda a carne é repartida
voltam para casa levando cada um o seu
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quinhão o matador se recolhe em sua rede
durante dias sem participar do banquete
vai ele digerir o Ato da
Morte as coisas do mundo retomam os seus
lugares
fui estudar os índios urubus capor esses
meus índios de que eu tenho infinitas
saudades chamam-se a si mesmo kor ca é
Mata e por é morador ele se define como
pov da floresta eles são os íos mais
parecidos com os Tupinambá da Costa
Brasileira queria estudar queria saber
como era o povo de que nós herdamos a
forra de sobreviver nos trópicos e isso
tudo pode ser reconstituído pelos
documentos do século X mas é muito
melhor e vendo eles estão vivos e eu fui
lá e estudar isso
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os grupos indígenas brasileiros têm
muitas diferenças de de língua de origem
mas há muitas coisas em comum entre eles
cada um tem a sua roça cada um tem a sua
casa mas ninguém é dono da terra a Terra
é um bem comum daquela Aldeia
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num grupo indígena o que um sabe todos
podem saber ninguém se apropria da
informação para transformá-la em poder
político ou econômico para dominar
outras pessoas para ganhar
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dinheiro um grupo indígena o chefe é o
representante da tradição da experiência
da cultura daquele povo é o grande
mediador mas ele não dá ordem a ninguém
um chefe índio não dá ordem um índio e
achar muito engraçado se outro índio
desse uma ordem para
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ele fomos para dentro das Aldeias e
vivemos lá
meses eles tinam muito carinho comigo eu
muito carinho com eles chegamos a ter
uma grande intimidade
um Informante muito importante é na
campu esse é mais sábio que eu conheci
na vida ele me ditou uma genealogia dele
de 100
nomes Qual é o nobre que é capaz de
ditar
espontaneamente press é muito importante
a herança e por isso é que eles guardam
dessa forma extraordinária a sua genia
aoal numa noite na casa
de assunto para antropofagia ritual
queria confirmar com ele a descrição dos
antigos ritos antropofágicos não fiz
pergunta alguma simplesmente tomei uma
corda disse que era o Tupan Amã e contei
que havia anos os Tupinambá da Costa
costumavam matar gente de outras tribos
para Prision e comer enorme era sua
emoção por fim não suportou e disse você
é meu irmão O seu avô é meu avô an campu
começou então contar que seus
antepassados também caçavam gente de
outras tribos para comer esses meus
kapor são é Tupinambá tardios Tupinambá
de 500 anos depois mudados radicalmente
no tempo
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k
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herdamos dos índios um vasto e complexo
arsenal de técnicas para sobreviver e se
deslocar nesse imenso
território herdamos centenas de frutos
árvores ervas seu trato e seu uso
herdamos o hábito do banho
diário mas a herança Nobre e profunda
que os índios nos legaram
é o testemunho de que é possível um povo
viver magnificamente integrado à
natureza numa Trama Secreta de
coexistência pacífica e amistosa um
índio desde que nasce ele aprende a se
relacionar com tudo de formas bonitas
tudo tem rituais quer dizer o índio
festeja o plantio o índio festeja a
colheta festeja o nascimento e e não
festeja mas ele cultua a morte o índio
se enfeita muito o índio canta muito o
índio dança muito o índio brinca muito o
índio ri
muito eu acho que é muito difícil paraa
Nossa cultura suportar tanta
beleza então esse mundo que estava aqui
quieto entregue a
si num feio dia chega o tabelão para
dizer descobrir tá
aqui k
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C
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C
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C
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C que disse
anal que foi pra lua só que a Terra era
azul mas não disse quando o príncipe Dom
Henrique um príncipe meio doidão
Belo vivia vestido no Manto de
Cristo esse homem
estranho filho da idade média
inesperadamente se converte no tecnólogo
mais
avançado numa praia portuguesa ajeita as
coisas
para montar navios que não
existiam navios com Leme fixo por
exemplo que era uma coisa dos árabes que
na Europa Nunca tinha
usado navios com a vela Latina que é boa
para navegar e navios em que ele
aprendeu com os
chineses e os
árabes é p
astrolábio com esse navio
montado foi possível enfrentar o Mar
Grosso o Atlântico vai chegar
aqui esse navio essa criação é mais
importante que um anal dessas espaciais
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na hora dos descobrimentos Portugal
estava na Vanguarda dos povos suas
características contrastavam com tudo
que se via pela Europa a começar pela
precocidade do seu surgimento como nação
a primeira do mundo e eram ousados com
imensa coragem de si mesmos
como é que se explica que o povo
português e espanhol se expandem e criam
a primeira civilização
Mundial vocês sabem que Portugal tem as
fronteiras mais antigas da Europa mais
de 800 anos de fronteiras estáveis
era uma faixa Estreita com apenas 1
milhão 1 milhão e meio de habitantes
que não tinham saída a não ser o mar
porque atrás estava o inimigo estava
Espanha a necessidade de ir ao Mar para
pescar para descobrir era
inel isso fez de Portugal um país de
pescadores um país de navegadores e
necessariamente um país onde a
tecnologia naval foi desenvolvida de uma
forma diferente do que poderia ser
desenvolvida países porque ali era uma
questão de sobrevivência Ou eles seriam
bons pescadores ou bons navegadores Ou
eles não sobreviviam e isso resultou Sem
dúvida nenhuma numa formação de uma
tecnologia que recebeu a contribuição de
povos árabes recebeu a contribuição do
povo Judeu e recebeu a contribuição
evidentemente de toda aquela amálgama
cultural
científica que existia na
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península desde tempos muito remotos o
território hoje português Serviu de
ponto de encontro a lusitanos galegos e
célticos vindos de vários caminhos em
busca de estanho e
cobre viviam em uma economia
agropastoril praticavam cultos e faziam
oferendas a seus Deuses
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no século vi antes de Cristo os fenícios
invadiram a pen trendo a metalurgia do
ferro as primeiras formas de escrita e o
conceito de
cidade Depois vieram os gregos e
cartagineses gente marcada pela
navegação e pelo comércio em 218 Anes de
CR os romanos invadem a
península soldados Romanos desembar
péc comer os povos que
Anes com basicamente não comeram na alma
substitu sua língua pelo latim um latim
porco um latim sujo uminho puro que
resultou ser espanhol e
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português com a onda Bárbara visigodos
alanos suevos dominaram península até
que os árabes invadiram a península
k
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os europeus se orgulham
muito de serem herdeiros da cultura
Latina e grega mentira foram os árabes
que ensinaram a eles os árabes é que
sabiam e tinh os Aristóteles de Platão
osá que tinh por exemplo número esse
algarismo arábico que a gente usa e que
por 1300 e pouco através de Portugal
cinar Europa a fazer conta até então
fazer conta com a ROM imaginou aqueles
pauzinho pauzinho 37 multiplicado por
pauzinho
24 ningém capaz fazer essa conta agora
Ará er outra coisa
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Portugal sob domínio muçulmano era um
colorido mosaico de Mercadores artesãos
e Antigos camponeses de raízes étnicas
muito variadas todos falando
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árabe o Moinho D'água o algodão o bicho
da seda a laranjeira a cana de açúcar
O azulejo a telha mourisca mucharabi a
varanda o gosto pelo açúcar a doçaria o
gosto pelo asseio água claridade o
pandeiro o moro viajou para o Brasil na
memória do colonizador e ficou até hoje
Sentimos sua
presença ao visitar agora da Turquia com
grande surpresa eu descobri que a
essência da paisagem de mais de metade
de Portugal é de origem
mor Isso mudou por completo minha ideia
da história do Brasil e do povo
brasileiro nós somos M árabes porque
somos
portugueses tanto quanto do contato com
os moros resultaram da convivência com
os judeus traços inconfundíveis sobre os
portugueses colonizadores do Brasil
sobre sua vida Econômica social e
política sobre seu
caráter pode se atribuir à influência
Israelita muito do Mercantilismo nas
tendências do
português o próprio anel no dedo com
Rubi ou Esmeralda não será outra
reminiscência
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Israelita a antiguidade é
nós somos uma contemporaneidade dos
milênios
a partir de
portale que era um Condado chamado
Condado portucalense uma realidade nova
começou a se criar uma língua nova
começou a se constituir e a preocupação
desse povo foi a criação de uma nação
que foi se formando a partir de duas
grandes ações uma
dos moros e a outra de combate aos
castelanos esses eram os
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portugueses a língua portuguesa é menos
a língua que os portugueses falam que a
voz que fala os
portugueses se escutemos bem ouviríamos
nela os rumores da longa fonte sânscrita
os mais próximos da Grécia e os
familiares de
Roma juntemos uns pós de arábica
língua e teremos o que chamamos o
tesouro do Lácio
aquele príncipe Dom Henrique que eu
falava tinha uma coisa muito
simpática que era uma
heresia ele acreditava que que houve um
tempo do pai de que fala o Velho
Testamento do Deus barbudo
velho e veio
depois um tempo do filho que é o tempo
do
meio de que fala o Novo Testamento e
dizia o príncipe é chegado o tempo do
Espírito Santo em que os homens vão foi
o paraíso na terra qu dizer no ano de
1400 Anes o Brasil nascer Já aquele
príncipe muita gente mais da igreja
pensava nessa Utopia de construir o
mundo como um
projeto de fazer o paraíso perdido aqui
na terra pro gozo dos homens
fo abr que Apu a primeira festa do
Espírito Santo e a primeira coisa que é
anotar a respeito desta festividade é
que não se trata como em muitas outas de
uma comemoração de uma data a
comemoração do acontecimento passado é
uma festa que dão os portugueses para
comemorar o
futuro na realidade que os portugueses
fazem é dizer como se vai passar um dia
em que houver no mundo a idade do
Espírito
Santo na altura de se fazer essa festa o
que acontecia é que se pegava no menino
e se levava o menino à igreja ali o
menino era cru imperador do mundo porque
já na idade do Espírito Santo era o
menino que devia dirigir o mundo em
seguida se dava um banquete gratuito
todas as pessoas que passavam pelo local
podiam levar o que quisessem comer o que
lhes aparecesse Sem pagar absolutamente
nada em terceiro lugar o menino se
dirigia acompanhado de sua comitiva à
cadeia da terra abria às portas e
soltava todos os presos havia portanto
esses três os
entronizar os meninos como guas do mundo
declarar que devia haver comida gratuita
toda gente e Emiro lugar que jamais
devia haver gente presa em
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cade se
desenvolveu mas
imediatamente hou sobre o culto do
Espírito Santo uma pressão eclesiástica
o que é certo é que o culto deixa de ter
qualquer espécie de
vitalidade Mar nativamente em Portugal
aí a partir do primeiro quartel do
século
X levaram o culto para as terras que iam
descobrindo e que por não haver oposição
local podiam ser teatro das festas se
repetirem os Açores por exemplo depois o
Brasil essa heresia é uma heresia muito
bonita que paira sobre a história
brasileira que nos dá uma espécie de
tarefa de criar um mundo feliz feliz
pros
homens um mundo com muita Fartura com
muita alegria com muita criança com
muito
sorriso
1288 o português se torna língua oficial
do país é fundada a primeira
Universidade Lisboa se converte em
Metrópole
internacional A Corte é um de Cultura
cosmopolita de técnica e
mercantilismo a centralização sobre o
sagrado dá lugar a centralização no
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econômico acresce ainda que esses
Lusíadas eram atiçados pela mais viva
vontade Aventura por uma ambição
tremenda de enricar e por uma
curiosidade científica e um pendor
experimentalista sem paralelo diziam por
exemplo contra toda a sabedoria de seu
tempo que só era confiável o saber de
experiência feito sua Audácia maior era
dizer que apesar de racional a ideia de
que o mundo era uma bola ele era mesmo
uma
bola em Sagres Dom Henrique reúne sábios
e técnicos de diferentes origens ordena
os conhecimentos queridos estimula a
experimentação e a
Inovação nessa escola de pensamento
produz um corpo teórico e prático da
arte e ciência da
navegação Deus quer o homem sonha a obra
nasce Deus quis que a terra fosse toda
uma que o mar unisse já não separasse
sagr
e foste desvendando A
Espuma e a orla branca foi de ilha em
continente Clareou correndo até o fim do
mundo e viu-se a terra inteira de
repente surgir redonda do azul profundo
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deo e pela poderosa burguesia Mercantil
Dom Henrique desenvolve um programa
progressivo e sistemático para conhecer
o
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desconhecido envia 15 expedições à costa
ocidental africana tentando ultrapassar
o cabo bojador limite do mundo conhecido
pelo europeu
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em seu trono entre o brilho das esferas
com seu manto de noite e
solidão tem aos pés o mar novo e as
mortas eras o único Imperador que tem de
Veras o Globo mundo e sua
mão foi esse punhado de
homens provenientes da maior parte de
pescadores ou de camponeses que foi
chamada para o mar e foi avançando isso
não teria sido possível antes porque a
visão do mundo da igreja ameaçava de
heresia quem não concordasse com ela mas
com a chegada do Ventos do renascimento
e do conhecimento de Aristóteles e de
outros caiu esse medo anterior e
realmente o apelo do mado foi
Irresistível
o Infante morre em
1460 mas Aventura marítima em busca de
terras povos a conquistar e riquezas não
para Serra Leoa príncipe São Tomé São
Jorge da mina ri aire Bahia de São Braz
e em 1488
o Cabo da Boa Esperança desvenda-se
então o mar Índico só fala Mombaça
melinde os portugueses estabelecem
feitorias
escravizam negros e criam empresas
produtoras de gêneros
Tropicais cessem do sábio grego e do
Troiano as navegações grandes que
fizeram cálice de Alexandro e de Trajano
a fama das Vitórias que tiveram que eu
peito ilustre lusitano a quem Netuno e
Marte
obedeceram as
pessoas queriam imortalizar se e morrer
mas conhecidos pelos seus grandes feitos
assim como hoje os rapazes gostam de
glórias esportivas Naquele tempo era
necessário para sobreviver ser
respeitado pela sua valentia a sua
pertinácia
finalmente em
1498 Vasco da Gama alcança calicute a
Índia Outros Mundos se
revelam renova-se e alarga-se
infinitamente o horizonte da vida As
Naus e Caravelas despejaram o mundo em
Portugal não só do ponto de vista da
fisionomia humana da geografia humana
mas da
biologia da
botânica da zoologia em Portugal
desembarcaram animais nunca vistos
animais estranhos povos estranhos
línguas estranhas e isso veio a Se somar
a toda aquela
amálgama cultural e humana que já fazia
parte da fisionomia da
península portanto quando Portugal
embarca o que embarca é um povo m isso
domingo 8 de março de 1500 a capela da
hermida regor de gente Nobre de capitães
e Navegantes sobre o altar a bandeira da
Cruz da ordem de Cristo depois fez-se
uma Procissão de relíquias e Cruzes para
acompanhar Cabral ao
embarque as bandeiras estandartes e
librés cobriam de cores o tejo que não
parecia mar mas um campo de flores nos
batéis reiam as trombetas os atabaques
os tambores na manhã seguinte as 13 Naus
de Cabral largaram âncoras iaram velas e
indireitar proas
pararar no Brasil de índios e negros a
obra colonial de Portugal foi também
radical seu produto verdadeiro não foram
os ouros buscados e achados nem as
mercadorias produzidas e exportadas nem
mesmo que tantas riquezas permitiram
erguer no velho mundo seu produto Real
foi um povo nação ora Por que que é
muito importante eh resgatar essa essa
memória hoje é preciso a gente
reconhecer de que há um Preconceito No
País é muito grande pelo fato do Brasil
ter sido gerado pela cultura portuguesa
então do que nós estamos falando aqui é
que o Brasil é filho de uma
sofisticadíssima eh imaginação e disse
uma sof AD dissima criação
mental Vamos tentar em continuar pondo
croas do Imperador na cabeça dos meninos
coisa nenhuma temos que ir à frente
temos que evitar que meninos sejam
maltratados como são abandonados como
são vítimas das doenças como são para
que eles possam ser realmente
Imperadores do mundo quando vier essa
futura idade vamos continuar a dar o
banquete gratuito como símbolo não
senhor
temos que fazer que toda a gente no
mundo coma realmente não é apenas tenha
os tais banquetes gratuitos uma vez por
ano e que tenha saúde e que tenha saber
senhor a noite veio e a alma é
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vi tanta foi A tormenta e a vontade
restam-nos hoje no silêncio
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hostil o mar
Universal e a
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saudade mas a
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chama que a vida em
criou se ainda a vida ainda não é
f o frio morto em cinzas
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aur a mão do vento pode erguer
ainda dá os
SRO
aragem ou desgraça ou
ância com que a chama do esforço se
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remoa e outra vez conquistemos a
distância do mar
ou outra mas que seja a
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nós dá o
soo
aragem ou desgraça ou ânsia
com que a chama do
esforço se
remoa e outra vez conquistemos a
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distância do mar ou outra mas que seja a
nós
noa Senhor
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Ask follow-up questions or revisit key timestamps.
The video explores the origins and formation of Brazil, highlighting the confluence of Indigenous, Portuguese, and African cultures. It delves into the history of indigenous peoples, their societies, and their relationship with nature. The narrative then shifts to Portugal's Age of Discovery, emphasizing the technological advancements and maritime expertise that enabled their global expansion. The video also touches upon the cultural and scientific contributions of various peoples, including Arabs and Jews, to Portuguese society and, consequently, to Brazil. Finally, it reflects on the legacy of indigenous culture and the utopian ideals that have shaped Brazil's identity, encouraging a future focused on well-being and collective progress.
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