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Documentário "O Povo Brasileiro" de Darcy Ribeiro (Completo)

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Documentário "O Povo Brasileiro" de Darcy Ribeiro (Completo)

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830 segments

0:10

[Música]

0:19

[Música]

0:24

ninguém sabe como o mundo vai ser daqui

0:26

a 50

0:28

anos sen sabemos uma coisa será

0:31

totalmente diferente do que é

0:35

ho alguém podia imaginar quando acabou a

0:38

guerra que o mundo ia mudar tanto é uma

0:42

reinvenção do mundo que o

0:43

desenvolvimento tá fazendo então a coisa

0:46

mais importante pros brasileiros presta

0:48

atenção o mais importante é inventar o

0:51

Brasil que nós queremos surgimos da

0:54

confluência do entrechoque do

0:56

caldeamento do invasor português com

0:59

índio silvic e com negros africanos

1:02

somos uma cultura sincrética um povo

1:04

novo que apesar de fruto da fusão de

1:07

matrizes diferenciadas se comporta como

1:09

uma só gente sem se apegar a nenhum

1:13

passado estamos abertos é para o futuro

1:16

sabes que

1:18

vou

1:22

partir com os olhos ratos

1:25

d'água e o coração ferido

1:30

Quando

1:32

lembrar

1:35

de o Brasil existi como é que era o

1:38

mundo o Brasil nasce sobre o signo da

1:42

Utopia a terra sem males a Morada de

1:53

[Música]

1:55

Deus há 1000 anos atrás de lá para o ano

1:58

1000 tem que falam de uma ilha Brasil

2:02

Isso significa que o nome Brasil não vem

2:05

do Pau Brasil não isso aqui era ilha

2:08

Brasil que alguns Navegantes

2:12

sabiam mas um dia os portugueses

2:15

precisaram fazer uma descoberta oficial

2:18

mandando até um escrivão do cartório

2:20

Declarar no cartório que foi descoberto

2:24

Isso foi em 1500 mas ele pre existia Há

2:27

muitos fisicamente

2:31

bioter

2:33

biologicamente e

2:35

humanamente com humanidade

2:38

indígena humanidade

2:41

diferente de uma gente que agradeceu a

2:45

Deus ser tão

2:47

bonito que existia para viver a vida

2:50

para gozar vida a finalidade da vida ele

2:55

viver

2:57

[Música]

3:03

os brasis Como eram chamados os nossos

3:05

antepassados indígenas costumam ser

3:07

classificados de acordo com a

3:10

língua em 1500 poderiam totalizar entre

3:14

1 e 8 milhões de pessoas distribuindo-se

3:17

da Foz doap ao sistema fluvial Paraná

3:20

Paraguai Uruguai

3:22

[Música]

3:30

[Música]

3:33

num certo momento depois dos primeiros

3:35

povoadores que eram de de várias

3:37

procedências de várias línguas vem os T

3:39

PIS Guaranis eles devem ter vindo do

3:43

Oeste ou Noroeste da Amazônia desceram

3:46

até a depressão do Pantanal e um dia

3:51

atravessaram o planalto brasileiro

3:53

chegando aos litorais e a partir do

3:56

litoral um braço foi pro norte outro

3:58

braço foi pro Sul

4:01

os supos eram muito mais aguerridos

4:04

muito mais diversificados na sua cultura

4:08

eles expulsaram os homens do squi o

4:10

escravizaram ninguém sabe e curiosamente

4:14

nessa diáspora fantástica da Marcha dos

4:17

Tupis Eles foram até a

4:20

Amazônia e foi exatamente esse quadro

4:24

deixado pelos Tupis é que os portugueses

4:26

um dia vieram encontrar

4:39

[Música]

4:48

assim Esses povos existiram por

4:52

séculos chegar a conhecer a natureza em

4:55

detalhe recebe o nome de cada bichinho

4:58

de cada planta

5:00

e sab para que servia ou não

5:04

servia viveram aqui menos 10.000 anos

5:08

como um gano PR a natureza tiraram da

5:11

natureza

5:13

dezenas de plantas selvagens e

5:16

domesticaram ajeitaram para poder

5:19

plantar na roça tudo junto

5:32

[Música]

5:54

[Música]

5:56

não era obviamente uma nação mas tão só

5:59

uma miríade de povos tribais viviam em

6:02

aldeias cada uma comunidade social

6:04

distinta

6:05

autossuficiente um índio na força da sua

6:09

cultura ele se basta a si mesmo ele é

6:12

autossuficiente ele sabe fazer tudo o

6:15

que ele vai precisar ao longo de sua

6:16

vida sabe fazer a sua casa sabe fazer a

6:19

sua roça plantar e colher sabe fazer os

6:22

seus instrumentos de trabalho seu arco

6:24

sua flecha sua Canoa sabe fazer esteira

6:27

sabe fazer eh rede e sabe identificar as

6:32

espécies do seu ambiente que servem como

6:35

alimento ou como

6:50

medicamento os Tupinambás povo que

6:53

entrou em contato mais direto com os

6:55

europeus eram brasis que se dedicavam

6:57

antes de mais nada

7:00

e

7:01

[Música]

7:21

a a função social da guerra entre os

7:24

Tupis era uma função em face do seu

7:28

caminhamento ao longo de grandes espaços

7:30

e em toda a parte os Tupis Guaranis

7:33

deixaram nomes para os acidentes para As

7:36

Faces das escarpas para os rios para as

7:40

regiões então o colonizador encontrou um

7:43

país que já tinha referências deixadas

7:46

pelos povos

7:52

Tupis acreditando na vida após a morte

7:55

divisava um paraíso o guajupiá um jardim

7:58

de sapucaias todo feito de cantos e

8:00

danças pro índio não existe muita

8:03

diferença entre a realidade acordada e a

8:05

realidade do sonho o parto ao mundo dos

8:09

espíritos aos pássaros tudo tudo tá

8:13

entrelaçado n é quer dizer eh tem um

8:16

espírito em cada coisa um espírito na

8:18

hora da colheita um espírito na hora do

8:20

plantil um espírito que mora no fundo

8:22

das águas e rouba a alma das pessoas um

8:25

outro espírito que perturba o espírito

8:27

do Tatu o espírito disso do macaco

8:29

[Música]

8:45

a aldeia Tupinambá era composta por

8:47

quatro a oito malocas medindo às vezes

8:49

mais de 100 met de comprimento em apenas

8:52

uma Maloca podiam morar até 600 pessoas

9:00

parece a casa um labirinto uns cantam

9:03

outros choram outros fazem farinhas e

9:06

bebidas porém é tanta conformidade entre

9:09

eles que em todo ano não há uma só

9:11

peleja e com não terem nada fechado não

9:14

há Furtos se for outra qualquer nação

9:18

não poderiam viver da maneira que vivem

9:28

[Música]

9:31

a aprendizagem da convivência e da

9:33

Sobrevivência era feita a partir do

9:35

modelo dos mais velhos e no fazer e no

9:42

refazer a autoridade exercida pelos

9:45

morubichabas sustentava-se nas atuações

9:48

carismáticas E no comércio de pequenas

9:50

dádivas e

9:56

favores a seual era grande é certo que o

10:01

adultério feminino podia acabar em

10:03

espancamento mas o fim do casamento por

10:06

iniciativa do homem ou da mulher era

10:08

simples e

10:17

sumário a homossexualidade era comum sem

10:21

a preocupação de se fazer dela um

10:27

segredo a divisão de t entre homens e

10:30

mulheres era nítida e marcada desde a

10:32

primeira infância O menino tem que ser

10:34

formado para ser um índio um caçador um

10:37

guerreiro a menina para outras tarefas

10:39

então isso começa

10:41

simbolicamente se o filho é homem o

10:44

orgulho do pai é colocar na beira da

10:47

rede do filho um arco em flecha em

10:49

miniatura para mostrar que ele vai ser

10:52

um guerreiro um caador pra menina fo uma

10:55

tanguinha pequenininha bonitinha é para

10:58

induzir a menina né uma tecelã uma

11:01

Mulher

11:03

[Música]

11:21

trabalhadora as mulheres cuidavam da

11:24

Roça do preparo da comida e do cauim o

11:27

vinho que animava as festas do pi

11:41

eram da alçada masculina a fabricação de

11:43

arcos Flechas bordunas e canolas

12:10

entre os indígenas nunca houve uma

12:13

delimitação clara entre trabalho e

12:17

Arte essa coisa eu encontrei entre os

12:21

índios os índios também cada coisa que

12:23

eles fazem eles querem que ela seja

12:25

perfeita porque cada coisa os

12:28

retrata é vontade e

12:31

[Música]

12:47

[Música]

12:58

beleza há poucas coisas mais resistentes

13:01

que uma etnia do que a identidade um há

13:03

muito pouca coisa mais que aço mais que

13:05

qualquer bobagem material é duro muitoo

13:10

n é

13:11

dura se o pai pode criar os filhos seu

13:15

filho se cria na tradução dos Pais na

13:17

língua dos Pais ele permanece sendo ele

13:19

ele ele ele ele por qu 4000 anos que

13:23

ciganos é ciganos ou que judeu é judeu

13:27

por quê por uma identificação

13:31

íntima secreta lá dentro ele sente que é

13:36

judeu e esta convicção que faz dele O

13:40

Judeu é a mesma convicção que faz dos

13:44

índios índios

13:55

[Música]

14:00

a poesia a música a dança e o vinho

14:03

permeavam toda a vida social dos

14:11

Tupinambá mas a mais honrada atividade

14:13

dos Tupinambá era

14:17

guerra entre eles a convivência era

14:20

pacífica e amigável com seus inimigos

14:22

eram

14:27

implacáveis hav uma

14:31

o inimigo Caí em poder de alguém aquele

14:33

que o aprisiona comão no ombro dizend

14:37

faço meu

14:39

escravo fugir nem

14:43

Pens Prisioneiro

14:46

tupinambar para devorado fisicamente não

14:49

moralmente pelo estigma da

14:54

covardia suas técnicas bélicas

14:56

surpreendem até hoje

14:59

a habilidade do guerreiro permitia

15:01

flechar o olho de um pássaro em pleno

15:06

voo havia uma estética na

15:09

guerra gastavam às vezes todo um dia

15:11

exibindo seus inimigos e os insultando

15:14

para mais tarde caír num corpo a corpo

15:16

feroz

15:18

[Música]

15:24

[Aplausos]

15:29

[Música]

15:30

[Aplausos]

15:32

[Música]

15:35

no mar se fazia guerra também as

15:38

flotilhas Tupi eram compostas de 100 ou

15:40

120 Canoas em poucos dias era possível

15:44

irem de Bertioga a Bahia de

15:47

[Música]

15:49

Guanabara os prisioneiros que os Tupi

15:51

faziam em suas guerras eram sacrificados

15:54

e comidos era o momento máximo da vida

15:56

da Aldeia a sua grande festa

16:01

[Música]

16:02

o Prisioneiro é levado à aldeia de seu

16:04

amo as mulheres e crianças é que

16:07

primeiro gritam saltam dançam e batem

16:10

cobrem seu corpo com cinzas raspam suas

16:12

sobrancelhas prendem e dão-lhe uma índia

16:15

para o seu serviço inclusive o

16:20

sexual tudo pronto é marcado o dia da

16:23

festa os índios levam consigo o

16:25

Prisioneiro de sorte que bebam e Se

16:27

divirtam juntos

16:31

[Música]

16:33

no dia seguinte antes do Amanhecer já

16:36

estão todos de pé cantando e dançando em

16:38

volta da ibirapema oap

16:42

[Música]

16:44

Executor o Prisioneiro está com aurana

16:47

uma grossa corda amarrada em volta de

16:49

todo o

16:51

corpo a seguir tomap aquele que vai

16:54

Executar a vítima e diz quero matarte

16:57

pois tua gente també ou e comeu muitos

16:59

dos meus

17:01

amigos responde-lhe o Prisioneiro quando

17:04

estiver morto terei ainda muitos amigos

17:06

que saberão

17:08

vingar-me depois golpeia o Prisioneiro

17:11

na nuca de modo que lhe saltam os miolos

17:14

e imediatamente levam as mulheres o

17:16

morto para o fogo raspam lhe a pele e

17:19

tapam lhe o anos com um

17:21

pau a esposa provisória do prisioneiro

17:24

chora um choro Ritual o corpo é cortado

17:27

em pedaços e assado

17:29

[Música]

17:32

as vísceras são dadas à mulheres que as

17:34

fervem e com o caldo fazem uma Papa que

17:37

chamam

17:38

mingal quando toda a carne é repartida

17:41

voltam para casa levando cada um o seu

17:44

[Música]

17:45

quinhão o matador se recolhe em sua rede

17:48

durante dias sem participar do banquete

17:51

vai ele digerir o Ato da

17:54

Morte as coisas do mundo retomam os seus

17:57

lugares

18:00

fui estudar os índios urubus capor esses

18:04

meus índios de que eu tenho infinitas

18:07

saudades chamam-se a si mesmo kor ca é

18:10

Mata e por é morador ele se define como

18:14

pov da floresta eles são os íos mais

18:18

parecidos com os Tupinambá da Costa

18:21

Brasileira queria estudar queria saber

18:24

como era o povo de que nós herdamos a

18:26

forra de sobreviver nos trópicos e isso

18:29

tudo pode ser reconstituído pelos

18:30

documentos do século X mas é muito

18:32

melhor e vendo eles estão vivos e eu fui

18:34

lá e estudar isso

18:46

[Música]

19:01

os grupos indígenas brasileiros têm

19:04

muitas diferenças de de língua de origem

19:08

mas há muitas coisas em comum entre eles

19:13

cada um tem a sua roça cada um tem a sua

19:15

casa mas ninguém é dono da terra a Terra

19:18

é um bem comum daquela Aldeia

19:23

[Música]

19:29

num grupo indígena o que um sabe todos

19:32

podem saber ninguém se apropria da

19:35

informação para transformá-la em poder

19:37

político ou econômico para dominar

19:39

outras pessoas para ganhar

19:41

[Música]

19:47

dinheiro um grupo indígena o chefe é o

19:50

representante da tradição da experiência

19:54

da cultura daquele povo é o grande

19:56

mediador mas ele não dá ordem a ninguém

19:59

um chefe índio não dá ordem um índio e

20:02

achar muito engraçado se outro índio

20:04

desse uma ordem para

20:06

[Música]

20:17

ele fomos para dentro das Aldeias e

20:20

vivemos lá

20:22

meses eles tinam muito carinho comigo eu

20:25

muito carinho com eles chegamos a ter

20:27

uma grande intimidade

20:31

um Informante muito importante é na

20:32

campu esse é mais sábio que eu conheci

20:35

na vida ele me ditou uma genealogia dele

20:38

de 100

20:39

nomes Qual é o nobre que é capaz de

20:42

ditar

20:45

espontaneamente press é muito importante

20:48

a herança e por isso é que eles guardam

20:51

dessa forma extraordinária a sua genia

20:53

aoal numa noite na casa

20:57

de assunto para antropofagia ritual

21:01

queria confirmar com ele a descrição dos

21:03

antigos ritos antropofágicos não fiz

21:06

pergunta alguma simplesmente tomei uma

21:08

corda disse que era o Tupan Amã e contei

21:11

que havia anos os Tupinambá da Costa

21:14

costumavam matar gente de outras tribos

21:16

para Prision e comer enorme era sua

21:19

emoção por fim não suportou e disse você

21:23

é meu irmão O seu avô é meu avô an campu

21:27

começou então contar que seus

21:29

antepassados também caçavam gente de

21:31

outras tribos para comer esses meus

21:34

kapor são é Tupinambá tardios Tupinambá

21:37

de 500 anos depois mudados radicalmente

21:40

no tempo

21:50

[Música]

21:58

k

22:02

[Música]

22:14

[Música]

22:32

herdamos dos índios um vasto e complexo

22:35

arsenal de técnicas para sobreviver e se

22:38

deslocar nesse imenso

22:43

território herdamos centenas de frutos

22:46

árvores ervas seu trato e seu uso

22:50

herdamos o hábito do banho

22:54

diário mas a herança Nobre e profunda

22:57

que os índios nos legaram

22:59

é o testemunho de que é possível um povo

23:01

viver magnificamente integrado à

23:03

natureza numa Trama Secreta de

23:06

coexistência pacífica e amistosa um

23:09

índio desde que nasce ele aprende a se

23:13

relacionar com tudo de formas bonitas

23:16

tudo tem rituais quer dizer o índio

23:18

festeja o plantio o índio festeja a

23:21

colheta festeja o nascimento e e não

23:24

festeja mas ele cultua a morte o índio

23:28

se enfeita muito o índio canta muito o

23:31

índio dança muito o índio brinca muito o

23:34

índio ri

23:37

muito eu acho que é muito difícil paraa

23:39

Nossa cultura suportar tanta

23:44

beleza então esse mundo que estava aqui

23:49

quieto entregue a

23:51

si num feio dia chega o tabelão para

23:55

dizer descobrir tá

23:57

aqui k

24:00

[Música]

24:28

C

24:30

[Música]

24:58

C

25:00

[Música]

25:40

C

25:42

[Música]

26:13

[Música]

26:27

C que disse

26:29

anal que foi pra lua só que a Terra era

26:32

azul mas não disse quando o príncipe Dom

26:35

Henrique um príncipe meio doidão

26:38

Belo vivia vestido no Manto de

26:43

Cristo esse homem

26:46

estranho filho da idade média

26:50

inesperadamente se converte no tecnólogo

26:53

mais

26:54

avançado numa praia portuguesa ajeita as

26:57

coisas

26:58

para montar navios que não

27:03

existiam navios com Leme fixo por

27:05

exemplo que era uma coisa dos árabes que

27:08

na Europa Nunca tinha

27:11

usado navios com a vela Latina que é boa

27:15

para navegar e navios em que ele

27:20

aprendeu com os

27:23

chineses e os

27:27

árabes é p

27:29

astrolábio com esse navio

27:33

montado foi possível enfrentar o Mar

27:36

Grosso o Atlântico vai chegar

27:41

aqui esse navio essa criação é mais

27:44

importante que um anal dessas espaciais

27:50

[Música]

28:08

na hora dos descobrimentos Portugal

28:11

estava na Vanguarda dos povos suas

28:14

características contrastavam com tudo

28:16

que se via pela Europa a começar pela

28:19

precocidade do seu surgimento como nação

28:22

a primeira do mundo e eram ousados com

28:26

imensa coragem de si mesmos

28:35

como é que se explica que o povo

28:37

português e espanhol se expandem e criam

28:40

a primeira civilização

28:42

Mundial vocês sabem que Portugal tem as

28:45

fronteiras mais antigas da Europa mais

28:49

de 800 anos de fronteiras estáveis

28:52

era uma faixa Estreita com apenas 1

28:55

milhão 1 milhão e meio de habitantes

28:58

que não tinham saída a não ser o mar

29:01

porque atrás estava o inimigo estava

29:04

Espanha a necessidade de ir ao Mar para

29:07

pescar para descobrir era

29:10

inel isso fez de Portugal um país de

29:15

pescadores um país de navegadores e

29:19

necessariamente um país onde a

29:21

tecnologia naval foi desenvolvida de uma

29:24

forma diferente do que poderia ser

29:27

desenvolvida países porque ali era uma

29:29

questão de sobrevivência Ou eles seriam

29:31

bons pescadores ou bons navegadores Ou

29:33

eles não sobreviviam e isso resultou Sem

29:37

dúvida nenhuma numa formação de uma

29:41

tecnologia que recebeu a contribuição de

29:44

povos árabes recebeu a contribuição do

29:48

povo Judeu e recebeu a contribuição

29:50

evidentemente de toda aquela amálgama

29:55

cultural

29:57

científica que existia na

30:00

[Música]

30:22

[Música]

30:26

península desde tempos muito remotos o

30:30

território hoje português Serviu de

30:32

ponto de encontro a lusitanos galegos e

30:35

célticos vindos de vários caminhos em

30:37

busca de estanho e

30:40

cobre viviam em uma economia

30:43

agropastoril praticavam cultos e faziam

30:46

oferendas a seus Deuses

30:49

[Música]

31:16

[Música]

31:24

no século vi antes de Cristo os fenícios

31:27

invadiram a pen trendo a metalurgia do

31:29

ferro as primeiras formas de escrita e o

31:32

conceito de

31:34

cidade Depois vieram os gregos e

31:36

cartagineses gente marcada pela

31:38

navegação e pelo comércio em 218 Anes de

31:43

CR os romanos invadem a

31:46

península soldados Romanos desembar

31:51

péc comer os povos que

31:55

Anes com basicamente não comeram na alma

32:01

substitu sua língua pelo latim um latim

32:04

porco um latim sujo uminho puro que

32:08

resultou ser espanhol e

32:11

[Música]

32:14

português com a onda Bárbara visigodos

32:18

alanos suevos dominaram península até

32:21

que os árabes invadiram a península

32:28

k

32:31

[Música]

33:06

os europeus se orgulham

33:10

muito de serem herdeiros da cultura

33:13

Latina e grega mentira foram os árabes

33:16

que ensinaram a eles os árabes é que

33:18

sabiam e tinh os Aristóteles de Platão

33:22

osá que tinh por exemplo número esse

33:24

algarismo arábico que a gente usa e que

33:28

por 1300 e pouco através de Portugal

33:30

cinar Europa a fazer conta até então

33:33

fazer conta com a ROM imaginou aqueles

33:36

pauzinho pauzinho 37 multiplicado por

33:39

pauzinho

33:41

24 ningém capaz fazer essa conta agora

33:45

Ará er outra coisa

33:48

[Música]

34:02

Portugal sob domínio muçulmano era um

34:04

colorido mosaico de Mercadores artesãos

34:07

e Antigos camponeses de raízes étnicas

34:09

muito variadas todos falando

34:12

[Música]

34:19

[Música]

34:21

árabe o Moinho D'água o algodão o bicho

34:24

da seda a laranjeira a cana de açúcar

34:28

O azulejo a telha mourisca mucharabi a

34:31

varanda o gosto pelo açúcar a doçaria o

34:35

gosto pelo asseio água claridade o

34:39

pandeiro o moro viajou para o Brasil na

34:42

memória do colonizador e ficou até hoje

34:45

Sentimos sua

34:49

presença ao visitar agora da Turquia com

34:53

grande surpresa eu descobri que a

34:56

essência da paisagem de mais de metade

35:00

de Portugal é de origem

35:02

mor Isso mudou por completo minha ideia

35:06

da história do Brasil e do povo

35:08

brasileiro nós somos M árabes porque

35:11

somos

35:13

portugueses tanto quanto do contato com

35:15

os moros resultaram da convivência com

35:18

os judeus traços inconfundíveis sobre os

35:21

portugueses colonizadores do Brasil

35:24

sobre sua vida Econômica social e

35:26

política sobre seu

35:28

caráter pode se atribuir à influência

35:31

Israelita muito do Mercantilismo nas

35:33

tendências do

35:36

português o próprio anel no dedo com

35:39

Rubi ou Esmeralda não será outra

35:41

reminiscência

35:43

[Música]

35:55

Israelita a antiguidade é

35:58

nós somos uma contemporaneidade dos

36:02

milênios

36:05

a partir de

36:07

portale que era um Condado chamado

36:10

Condado portucalense uma realidade nova

36:13

começou a se criar uma língua nova

36:15

começou a se constituir e a preocupação

36:19

desse povo foi a criação de uma nação

36:22

que foi se formando a partir de duas

36:24

grandes ações uma

36:28

dos moros e a outra de combate aos

36:33

castelanos esses eram os

36:39

[Música]

36:43

portugueses a língua portuguesa é menos

36:46

a língua que os portugueses falam que a

36:48

voz que fala os

36:50

portugueses se escutemos bem ouviríamos

36:53

nela os rumores da longa fonte sânscrita

36:57

os mais próximos da Grécia e os

37:00

familiares de

37:03

Roma juntemos uns pós de arábica

37:06

língua e teremos o que chamamos o

37:09

tesouro do Lácio

37:15

aquele príncipe Dom Henrique que eu

37:18

falava tinha uma coisa muito

37:21

simpática que era uma

37:24

heresia ele acreditava que que houve um

37:28

tempo do pai de que fala o Velho

37:31

Testamento do Deus barbudo

37:35

velho e veio

37:39

depois um tempo do filho que é o tempo

37:44

do

37:46

meio de que fala o Novo Testamento e

37:50

dizia o príncipe é chegado o tempo do

37:54

Espírito Santo em que os homens vão foi

37:57

o paraíso na terra qu dizer no ano de

38:00

1400 Anes o Brasil nascer Já aquele

38:03

príncipe muita gente mais da igreja

38:05

pensava nessa Utopia de construir o

38:08

mundo como um

38:10

projeto de fazer o paraíso perdido aqui

38:13

na terra pro gozo dos homens

38:17

fo abr que Apu a primeira festa do

38:20

Espírito Santo e a primeira coisa que é

38:22

anotar a respeito desta festividade é

38:25

que não se trata como em muitas outas de

38:27

uma comemoração de uma data a

38:30

comemoração do acontecimento passado é

38:32

uma festa que dão os portugueses para

38:34

comemorar o

38:36

futuro na realidade que os portugueses

38:38

fazem é dizer como se vai passar um dia

38:42

em que houver no mundo a idade do

38:44

Espírito

38:45

Santo na altura de se fazer essa festa o

38:49

que acontecia é que se pegava no menino

38:53

e se levava o menino à igreja ali o

38:56

menino era cru imperador do mundo porque

38:59

já na idade do Espírito Santo era o

39:01

menino que devia dirigir o mundo em

39:04

seguida se dava um banquete gratuito

39:08

todas as pessoas que passavam pelo local

39:10

podiam levar o que quisessem comer o que

39:12

lhes aparecesse Sem pagar absolutamente

39:15

nada em terceiro lugar o menino se

39:18

dirigia acompanhado de sua comitiva à

39:20

cadeia da terra abria às portas e

39:24

soltava todos os presos havia portanto

39:26

esses três os

39:27

entronizar os meninos como guas do mundo

39:32

declarar que devia haver comida gratuita

39:35

toda gente e Emiro lugar que jamais

39:39

devia haver gente presa em

39:42

[Música]

39:46

cade se

39:48

desenvolveu mas

39:50

imediatamente hou sobre o culto do

39:53

Espírito Santo uma pressão eclesiástica

39:57

o que é certo é que o culto deixa de ter

40:01

qualquer espécie de

40:03

vitalidade Mar nativamente em Portugal

40:06

aí a partir do primeiro quartel do

40:08

século

40:11

X levaram o culto para as terras que iam

40:15

descobrindo e que por não haver oposição

40:18

local podiam ser teatro das festas se

40:22

repetirem os Açores por exemplo depois o

40:24

Brasil essa heresia é uma heresia muito

40:28

bonita que paira sobre a história

40:31

brasileira que nos dá uma espécie de

40:33

tarefa de criar um mundo feliz feliz

40:37

pros

40:38

homens um mundo com muita Fartura com

40:41

muita alegria com muita criança com

40:42

muito

40:43

sorriso

40:45

1288 o português se torna língua oficial

40:48

do país é fundada a primeira

40:51

Universidade Lisboa se converte em

40:53

Metrópole

40:54

internacional A Corte é um de Cultura

40:58

cosmopolita de técnica e

41:01

mercantilismo a centralização sobre o

41:04

sagrado dá lugar a centralização no

41:09

[Música]

41:18

econômico acresce ainda que esses

41:21

Lusíadas eram atiçados pela mais viva

41:23

vontade Aventura por uma ambição

41:26

tremenda de enricar e por uma

41:28

curiosidade científica e um pendor

41:30

experimentalista sem paralelo diziam por

41:33

exemplo contra toda a sabedoria de seu

41:35

tempo que só era confiável o saber de

41:38

experiência feito sua Audácia maior era

41:42

dizer que apesar de racional a ideia de

41:45

que o mundo era uma bola ele era mesmo

41:47

uma

41:49

bola em Sagres Dom Henrique reúne sábios

41:53

e técnicos de diferentes origens ordena

41:56

os conhecimentos queridos estimula a

41:58

experimentação e a

42:00

Inovação nessa escola de pensamento

42:03

produz um corpo teórico e prático da

42:05

arte e ciência da

42:12

navegação Deus quer o homem sonha a obra

42:17

nasce Deus quis que a terra fosse toda

42:21

uma que o mar unisse já não separasse

42:25

sagr

42:27

e foste desvendando A

42:30

Espuma e a orla branca foi de ilha em

42:37

continente Clareou correndo até o fim do

42:41

mundo e viu-se a terra inteira de

42:45

repente surgir redonda do azul profundo

42:51

[Música]

42:57

deo e pela poderosa burguesia Mercantil

43:00

Dom Henrique desenvolve um programa

43:02

progressivo e sistemático para conhecer

43:05

o

43:06

[Música]

43:18

desconhecido envia 15 expedições à costa

43:20

ocidental africana tentando ultrapassar

43:23

o cabo bojador limite do mundo conhecido

43:25

pelo europeu

43:28

[Música]

43:36

em seu trono entre o brilho das esferas

43:41

com seu manto de noite e

43:45

solidão tem aos pés o mar novo e as

43:50

mortas eras o único Imperador que tem de

43:55

Veras o Globo mundo e sua

44:01

mão foi esse punhado de

44:04

homens provenientes da maior parte de

44:09

pescadores ou de camponeses que foi

44:13

chamada para o mar e foi avançando isso

44:16

não teria sido possível antes porque a

44:19

visão do mundo da igreja ameaçava de

44:22

heresia quem não concordasse com ela mas

44:25

com a chegada do Ventos do renascimento

44:29

e do conhecimento de Aristóteles e de

44:32

outros caiu esse medo anterior e

44:36

realmente o apelo do mado foi

44:38

Irresistível

44:39

o Infante morre em

44:42

1460 mas Aventura marítima em busca de

44:45

terras povos a conquistar e riquezas não

44:47

para Serra Leoa príncipe São Tomé São

44:51

Jorge da mina ri aire Bahia de São Braz

44:54

e em 1488

44:57

o Cabo da Boa Esperança desvenda-se

44:59

então o mar Índico só fala Mombaça

45:04

melinde os portugueses estabelecem

45:06

feitorias

45:07

escravizam negros e criam empresas

45:10

produtoras de gêneros

45:13

Tropicais cessem do sábio grego e do

45:17

Troiano as navegações grandes que

45:19

fizeram cálice de Alexandro e de Trajano

45:23

a fama das Vitórias que tiveram que eu

45:27

peito ilustre lusitano a quem Netuno e

45:30

Marte

45:34

obedeceram as

45:36

pessoas queriam imortalizar se e morrer

45:40

mas conhecidos pelos seus grandes feitos

45:43

assim como hoje os rapazes gostam de

45:47

glórias esportivas Naquele tempo era

45:51

necessário para sobreviver ser

45:54

respeitado pela sua valentia a sua

45:57

pertinácia

45:58

finalmente em

46:00

1498 Vasco da Gama alcança calicute a

46:05

Índia Outros Mundos se

46:07

revelam renova-se e alarga-se

46:10

infinitamente o horizonte da vida As

46:13

Naus e Caravelas despejaram o mundo em

46:19

Portugal não só do ponto de vista da

46:23

fisionomia humana da geografia humana

46:26

mas da

46:27

biologia da

46:29

botânica da zoologia em Portugal

46:34

desembarcaram animais nunca vistos

46:36

animais estranhos povos estranhos

46:39

línguas estranhas e isso veio a Se somar

46:43

a toda aquela

46:44

amálgama cultural e humana que já fazia

46:48

parte da fisionomia da

46:50

península portanto quando Portugal

46:53

embarca o que embarca é um povo m isso

46:58

domingo 8 de março de 1500 a capela da

47:02

hermida regor de gente Nobre de capitães

47:05

e Navegantes sobre o altar a bandeira da

47:08

Cruz da ordem de Cristo depois fez-se

47:11

uma Procissão de relíquias e Cruzes para

47:13

acompanhar Cabral ao

47:15

embarque as bandeiras estandartes e

47:18

librés cobriam de cores o tejo que não

47:21

parecia mar mas um campo de flores nos

47:24

batéis reiam as trombetas os atabaques

47:27

os tambores na manhã seguinte as 13 Naus

47:31

de Cabral largaram âncoras iaram velas e

47:34

indireitar proas

47:36

pararar no Brasil de índios e negros a

47:39

obra colonial de Portugal foi também

47:41

radical seu produto verdadeiro não foram

47:44

os ouros buscados e achados nem as

47:46

mercadorias produzidas e exportadas nem

47:49

mesmo que tantas riquezas permitiram

47:51

erguer no velho mundo seu produto Real

47:54

foi um povo nação ora Por que que é

47:57

muito importante eh resgatar essa essa

48:02

memória hoje é preciso a gente

48:05

reconhecer de que há um Preconceito No

48:08

País é muito grande pelo fato do Brasil

48:12

ter sido gerado pela cultura portuguesa

48:15

então do que nós estamos falando aqui é

48:17

que o Brasil é filho de uma

48:22

sofisticadíssima eh imaginação e disse

48:26

uma sof AD dissima criação

48:28

mental Vamos tentar em continuar pondo

48:32

croas do Imperador na cabeça dos meninos

48:35

coisa nenhuma temos que ir à frente

48:38

temos que evitar que meninos sejam

48:40

maltratados como são abandonados como

48:43

são vítimas das doenças como são para

48:46

que eles possam ser realmente

48:48

Imperadores do mundo quando vier essa

48:51

futura idade vamos continuar a dar o

48:53

banquete gratuito como símbolo não

48:56

senhor

48:57

temos que fazer que toda a gente no

48:59

mundo coma realmente não é apenas tenha

49:02

os tais banquetes gratuitos uma vez por

49:05

ano e que tenha saúde e que tenha saber

49:12

senhor a noite veio e a alma é

49:17

[Música]

49:20

vi tanta foi A tormenta e a vontade

49:29

restam-nos hoje no silêncio

49:33

[Música]

49:36

hostil o mar

49:39

Universal e a

49:43

[Música]

49:49

saudade mas a

49:51

[Música]

49:53

chama que a vida em

50:00

criou se ainda a vida ainda não é

50:07

f o frio morto em cinzas

50:12

[Música]

50:15

aur a mão do vento pode erguer

50:24

ainda dá os

50:27

SRO

50:30

aragem ou desgraça ou

50:37

ância com que a chama do esforço se

50:43

[Música]

50:45

remoa e outra vez conquistemos a

50:53

distância do mar

50:56

ou outra mas que seja a

51:03

[Música]

51:12

nós dá o

51:17

soo

51:19

aragem ou desgraça ou ânsia

51:27

com que a chama do

51:30

esforço se

51:34

remoa e outra vez conquistemos a

51:40

[Música]

51:44

distância do mar ou outra mas que seja a

51:51

nós

51:59

noa Senhor

52:02

[Música]

Interactive Summary

Ask follow-up questions or revisit key timestamps.

The video explores the origins and formation of Brazil, highlighting the confluence of Indigenous, Portuguese, and African cultures. It delves into the history of indigenous peoples, their societies, and their relationship with nature. The narrative then shifts to Portugal's Age of Discovery, emphasizing the technological advancements and maritime expertise that enabled their global expansion. The video also touches upon the cultural and scientific contributions of various peoples, including Arabs and Jews, to Portuguese society and, consequently, to Brazil. Finally, it reflects on the legacy of indigenous culture and the utopian ideals that have shaped Brazil's identity, encouraging a future focused on well-being and collective progress.

Suggested questions

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